NOMENCLATURA IUPAC OU OFICIAL DOS ALCANOS COM CADEIA RAMIFICADA


Quando temos alcanos com cadeia ramificada há que observar as seguintes regras para a nomenclatura desses compostos:

Escolher a cadeia principal, que é a mais longa possível, ou seja, que tem o maior número de átomos de carbono;

A cadeia principal nem sempre será linear, pois, às vezes pode aparecer em forma de ziguezagues.

A cadeia principal deve ser numerada de modo a indicar a posição de cada ramificação na cadeia principal;

A numeração da cadeia deve ser feita de modo que as ramificações recebam os menores números possíveis.

Caso haja dois ou mais radicais iguais, usam-se os prefixos, di, tri, tetra, etc. para indicar o número de vezes que este radical aparece no composto;

Quando houver dois ou mais radicais diferentes, seus nomes devem ser escritos em ordem alfabética (segue-se a ordem alfabética dos radicais e não dos prefixos);

No caso de duas ou mais sequências igualmente longas, a cadeia principal é a mais ramificada.

Quando houver duas ou mais possibilidades de escolha da cadeia principal, considera-se neste caso como cadeia principal aquela que estiver mais ramificada.

Os nomes dos radicais ligados à cadeia principal são citados antes do nome da cadeia principal. Ao indicar a posição das ramificações na cadeia principal, os números devem ser separados entre si por vírgulas e das letras por hifens. O nome do radical e o nome da cadeia principal são escritos como uma única palavra ou então separados por um hífen. Veja o exemplo 1 abaixo.

A cadeia principal tem 6 átomos de carbono, então o nome fica: Hex + ano = Hexano. No carbono 2 temos um radical metil. Assim, para dar nome a este composto, indicaremos primeiro, a posição do radical na cadeia principal que é:

2 – metil

Por fim, para escrever o nome completo do composto indicaremos primeiro a posição da ramificação e o nome da cadeia principal separados por um hífen ou como uma única palavra:

2 – metil – hexano ou 2 – metilhexano

2 – metil – hexano ou 2 – metilhexano

No caso dos exemplos 2 a) e 2 b) acima, a numeração das cadeias está incorrecta, pois, estas não correspondem a maior sequência possível de átomos de carbono. Agora observe abaixo:


Como se vê, temos duas possibilidades de obtermos a cadeia principal. Na primeira e segunda possibilidades a cadeia principal (destacada a amarelo) tem sete (7) átomos de carbono, logo o nome da cadeia principal fica:

Hept + ano = Heptano

Na primeira possibilidade temos três (3) radicais metil (CH3 –) nos carbonos 3 e 5. Assim, para indicar a posição destes radicais na cadeia principal escreveremos:

3,5,5 – trimetil

Veja que o 5 foi repetido duas vezes porque no carbono 5 temos dois radicais metil nele ligados. Veja também que usamos o prefixo tri junto do nome do radical, pois temos três radicais iguais, ou seja, o radical metil aparece três vezes nesse composto. Portanto, para escrever o nome completo deste composto indicaremos a posição das ramificações na cadeia principal e por fim o nome da cadeia principal:

3,5,5 – trimetil – heptano ou 3,5,5 – trimetilheptano

Usando o mesmo raciocínio escreveremos o nome do composto da segunda possibilidade que no caso fica:

3,3,5 – trimetil – heptano ou 3,3,5 – trimetilheptano

Somando os números que indicam as posições dos radicais na cadeia principal teremos: (Veja entre parênteses).

Primeira possibilidade: 3,5,5 – trimetilheptano (3 + 5 + 5 = 13)

Segundo possibilidade: 3,3,5 – trimetilheptano (3 + 3 + 5 = 11)

Veja que na segunda possibilidade os radicais receberam os menores números possíveis tanto que a soma destes deu 11 enquanto na primeira possibilidade a soma dá 13, logo, o nome mais correcto é aquele que corresponde ao da cadeia da segunda possibilidade.

3,3,5 – trimetil – heptano ou 3,3,5 – trimetilheptano (nome correcto)

Outros exemplos


Neste caso aplicaremos a seguinte regra: “a numeração da cadeia principal deve ser feita de tal modo que as ramificações recebam os menores números possíveis. Pelo que a possibilidade 2 é mais correcta: 2,2,4-trimetil-pentano.


NOMENCLATURA TRIVIAL, USUAL OU NÃO OFICIAL.

Segundo esta nomenclatura os alcanos são considerados derivados do metano, em que um ou mais átomos de hidrogénio foram substituídos por radicais orgânicos. Assim, escolhe-se o carbono central (carbono menos hidrogenado) e de seguida escreve-se os nomes dos radicais ligados ao carbono central (chamada de metano) seguido pela palavra metano.

Exemplos:

a) CH3 [CH2] CH3

Como pode observar isolamos o Carbono central, assim escreveremos os nomes dos radicais ligados a esse carbono central e terminaremos com a palavra metano. Portanto, o nome usual deste composto fica: Dimetil-metano.

b) CH3 CH2 [CH2] CH3        Etil-metil-metano

Neste caso poderíamos ter começado pela direita ou pela esquerda, contudo teremos o carbono 2 como sendo o carbono central (com menos átomos de hidrogénio).

CH3 [CH2] CH2 CH3

Assim, o nome não muda e continua sendo Etil-metil-metano.

 

 

Por: Miguel Pascoal

Licenciado em Ensino de Química

 full-width


Enviar um comentário

0 Comentários