Quando falámos da ligação iónica dissemos que átomos de um elemento
metálico transferem um ou mais electrões para os átomos de um elemento não
metálico resultando na formação de iões de cargas com sinais contrários, que
posteriormente se atraem formando o composto iónico.
Com a transferência de um electrão de um átomo de sódio para o átomo de flúor
originam-se os iões Na+ e F- que possuem cargas com
sinais contrários. Assim, dizemos que Na+ e F- possuem
cargas reais pois estas resultam da perda e ganho de electrões (transferência
de electrões).
Por outro lado vimos que, quando ametais de diferentes elementos químicos
formam uma ligação covalente, a nuvem electrónica encontra-se mais deslocada para
o átomo mais electronegativo, resultando assim no surgimento de cargas parciais,
positiva δ+, (ao redor do átomo menos electronegativo) e negativa δ-, (ao redor do átomo mais electronegativo).
Molécula de
cloreto de hidrogénio (foto: Kaiserscience)
Assim, o hidrogénio tem uma carga parcial positiva δ+ e o cloro uma carga parcial negativa δ-. Dizemos que são cargas parciais pois nenhum dos átomos
perdeu ou ganhou electrões mas porque em uma região da molécula temos maior
densidade electrónica, isto é, “excesso de electrões” enquanto noutra temos uma
menor densidade electrónica, ou seja, “défice de electrões”.
Neste caso, imaginemos como se os electrões da ligação pertencessem ao
cloro, portanto, de forma imaginaria é
como se o hidrogénio “tivesse perdido” o seu electrão e o cloro “tivesse
ganho” esse electrão. Por conseguinte podemos definir o número de oxidação da
seguinte forma:
Número de
oxidação (nox) é a carga real que um
átomo adquire quando perde ou ganha electrões numa ligação iónica ou é a carga
parcial que um átomo adquiriria se na ligação covalente os electrões da ligação
pertencesse ao elemento mais electronegativo.
Na ligação iónica como os átomos perdem e ganham electrões, as cargas são
reais porque os iões formados de facto possuem cargas eléctricas. Já no caso de
uma ligação covalente polar, pelo facto de os electrões da ligação permanecerem
todo o tempo nas redondezas do átomo mais electronegativo, então imaginamos que
o átomo menos electronegativo tenha perdido os electrões e o átomo
electronegativo os tenha ganho.
O número de oxidação de elemento sempre representa-se por cima átomo desse
elemento antecedido pelo sinal (+) ou (-).
REGRAS PARA CALCULAR O NÚMERO DE OXIDAÇÃO
1. Nas substâncias simples ou elementares os átomos têm número de oxidação (NOX) igual a
zero (0).
Substâncias |
Ca |
Cl2 |
Br2 |
O2 |
Mg |
Ag |
N2 |
Fe |
Nox |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
2. Quando combinado, o Hidrogénio
tem número de oxidação (NOX) igual a +1.
Por exemplo: H2O, HCl, H2SO4, NH3,
HI, HCN, etc.
3. Nos hidretos metálicos, o Hidrogénio tem número de oxidação igual
a -1.
Por exemplo: NaH, CaH2, LiH, BaH2,
etc.
4. Quando combinado, o Oxigénio tem
número de oxidação igual a -2.
Por exemplo: H2O, H2SO4, CO2,
Na2O, CaCO3, etc.
5. Nos peróxidos o
número de oxidação do Oxigénio é igual a -1.
Por exemplo: H2O2
, Na2O2, etc.
6. Nos superóxidos o Oxigénio
tem número de oxidação igual a - ½.
Por exemplo: Mg(O2)2,
etc.
7. Nos fluoretos,
o Oxigénio pode ter NOX igual a +2 ou
+1.
Por exemplo: OF2,
O2F2 , etc.
8. Em iões simples, o número de oxidação é igual a carga do ião.
Por exemplo: Na+ (nox = +1); Cl- (nox = -1); Al3+ (nox = +3); S2- (nox = -2); I- (nox = -1); K+ (nox = + 1); Ca2+ (nox = +2); Ba2+ (nox = +2), etc.
9. Têm número de oxidação igual a +1 os
metais alcalinos (grupo IA): Li, Na, K, Rb, Cs e Fr) e a prata (Ag)
10. Têm número de oxidação igual a +2 os metais alcalinos-terrosos (grupo IIA):
Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra e o zinco;
11. Em compostos neutros, a soma dos nox de todos os átomos que compõem o
composto é igual a zero (0).
12. Em iões compostos, a soma dos
NOX de todos os átomos que compõem o ião é igual a carga do ião.
Por exemplo: NO3-, MnO4-, Cr2O72-,
etc.
13. Os halogénios (elementos do grupo VIIA): F, Cl, Br, I, se forem mais electronegativos num composto têm
número de oxidação igual a -1.
Por exemplo: HCl, HF, OF2,
HBr, HI, etc.
Por: Miguel Pascoal
Créditos as imagens:
• Ricardo Feltre (Química Geral Volume 1, 2004, 6a ed, pág 137).
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