LEI DE VELOCIDADE
Quando falámos dos Factores que afectam a velocidade da Reacção dissemos que a velocidade de uma reacção depende da
concentração dos reagentes. Assim, quanto maior a concentração dos reagentes
maior é a velocidade da reacção, portanto, a velocidade de uma reação é proporcional à concentração
dos reagentes. Entretanto, nem todos
eles influenciam a velocidade da mesma maneira.
A primeira
observação da influência da concentração dos reagentes na velocidade de uma
reacção foi feita pelo químico alemão Karl Friedrich Wenzel, no século XVIII, quando estudava a acção dos ácidos
sobre metais. Entretanto, somente em 1864 essa influência foi rigorosamente
enunciada, através da Lei da Acção das Massas, pelos cientistas noruegueses Cato
Maximilian Guldberg e Peter Waage. Esta lei diz:
“A determinada temperatura a
velocidade da reacção é directamente proporcional ao produto das concentrações
molares dos reagentes, elevadas a expoentes que são determinados
experimentalmente”
Deste modo
para uma reacção genérica:
aA + bB →
cC + dD
Temos a
seguinte expressão da lei da velocidade:
V = k.[A]α . [B]β
Onde:
- V – é a velocidade da reacção
- k – constante de velocidade (a uma dada temperatura)
- [A] e [B] – são as concentrações em molares dos reagentes A e B respectivamente;
- α e β – são expoentes determinados experimentalmente, denominados ordem da reacção. Estes podem ser números inteiros (maiores ou iguais a zero);
Assim, a expressão V =
k.[A]α . [B]β , nos permite
calcular a velocidade com que a reação ocorre e relacioná-la com as
concentrações dos reagentes e esta expressão expressa a Lei da
Velocidade, Lei Cinética ou
também Lei de Guldberg-Waage.
Exemplos
Escreva a expressão da Lei de Velocidade:
1 . 2H2(g) + O2(g) → 2H2O(l)
V =
k · [H2]2 · [O2]
2 . N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g)
V =
k · [N2] · [H2]3
3 . CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)
V = K
No exemplo 3, a expressão
da lei de velocidade fica V = k pelo facto do reagente estar no estado
sólido. Quando o reagente encontra-se no estado sólido, ele não aparece na
expressão da lei de velocidade, isto por uma simples razão: quando o reagente é
sólido a reacção ocorre na sua superfície de tal modo que a sua
influência na velocidade da reacção é através da superfície de contacto e não
da sua concentração.
4 . NH3(g) + H2O(l) → NH4OH(aq)
V = k · [NH3]
Neste caso temos um
reagente no estado líquido. E quando
um reagente encontra-se no estado líquido a sua concentração pode ser
considerada constante desde que esse reagente esteja em excesso.
5. X(g) + Y(aq) →
Z(s)
V =
k · [X] · [Y]
Já as substâncias gasosas e em
solução aquosa têm grande influência na velocidade da reacção uma vez que a sua
concentração varia, por isso aparecem a expressão da Lei de Velocidade.
Ordem da
reacção
A ordem de uma reacção é a soma dos expoentes que aparecem na expressão da
lei de velocidade.
Assim, para uma reacção genérica:
aA + bB → cC
V = k · [A]m · [B]n
Onde:
·
m é a ordem da reacção em relação a A;
·
n é a ordem da reacção em relação a B;
·
m + n é a ordem da reacção ou
ordem global ou total da reacão.
Exemplos:
1 . N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g)
V = k · [N2]
· [H2]3
A concentração de N2, [N2] está elevada ao expoente 1
e é por isso que não escrevemos. Como o
expoente é 1, diz-se que a ordem da reacção em relação ao N2
é 1. No caso do H2 a sua concentração, [H2], está elevada
ao expoente 3, logo a ordem da reacção em relação ao H2 é 3. Mas
ordem da reacção ou ordem global ou total é 4, pois temos que somar os
expoentes: 1 + 3 = 4.
2. CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)
V = K
Uma vez que o reagente não aparece na expressão da lei de velocidade,
significa que a ordem da reacção é zero.
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