A ligação covalente pode ser estabelecida entre átomos que sejam do mesmo
elemento químico ou entre átomos de elementos químicos diferentes. Assim,
podemos ter basicamente dois tipos de ligação covalente:
• Ligação
covalente apolar
• Ligação
covalente polar
A seguir vamos fazer a descrição de cada tipo de ligação covalente mas
antes de fazer esta descrição é importante nos debruçarmos um pouco acerca de
uma das propriedades periódicas importantes, a Electronegatividade.
A electronegatividade é a
capacidade que os elementos apresentam para atrair electrões numa ligação química.
De forma simples, podemos dizer que a electronegatividade é “força” que um átomo de um elemento tem
para “puxar” para si os electrões numa ligação. Quanto maior for esta “força”
mais electronegativo é o elemento. De um modo geral podemos ter:
H
<
P < C < S < I < Br < Cl < N < O < F
O flúor (F) é o elemento mais
electronegativo que se conhece.
LIGAÇÃO
COVALENTE APOLAR
A ligação covalente apolar se estabelece entre átomos do mesmo elemento
químico.
Os átomos do mesmo elemento químico têm a mesma electronegatividade. Estes
quando estabelecem uma ligação covalente os electrões da ligação são atraídos
com a mesma intensidade pelos núcleos dos átomos envolvidos na ligação de modo que a nuvem
electrónica não se encontra deslocada para nenhum dos átomos.
Deste modo, a nuvem electrónica encontra-se distribuída ao redor dos dois
átomos de forma simétrica, razão pela qual não existe nenhuma região na
molécula onde haja maior densidade electrónica, consequentemente não se formam
pólos na molécula.
Consideremos, por exemplo, a molécula de hidrogénio, H2:
Nesta molécula os átomos envolvidos na ligação são iguais entre si e têm a
mesma electronegatividade. Uma vez tendo a mesma electronegatividade, significa
que nenhum dos átomos terá maior tendência de “puxar” para si os electrões
compartilhados (electrões da ligação), assim, a nuvem electrónica estará
distribuída de forma simétrica em volta dos dois átomos, isto é, a nuvem
electrónica estará uniformemente distribuída ao redor dos dois átomos. Essa
distribuição simétrica da nuvem electrónica faz com que na molécula não haja o
surgimento de pólos, por isso diz-se que a ligação
é covalente apolar.
Exemplos
LIGAÇÃO
COVALENTE POLAR
A ligação covalente polar ocorre entre átomos de elementos químicos
diferentes.
Átomos de elementos químicos diferentes têm electronegatividades
diferentes. Quando átomos de elementos químicos diferentes estabelecem uma
ligação covalente, os electrões compartilhados tendem a ficar mais próximo do
átomo mais electronegativo, portanto, o átomo mais electronegativo “puxa” esses
electrões com muito mais força que o outro átomo.
Por conseguinte, a nuvem electrónica nunca se encontra distribuída pelos
dois átomos de forma simétrica e a consequência disso é que o lado do átomo
mais electronegativo ficará com maior densidade electrónica e o do menos
electronegativo com menor densidade electrónica.
Devido à maior densidade electrónica ao redor do átomo mais
electronegativo, surge então nesta região da molécula uma carga parcial
negativa que representa-se pela letra grega, δ- e do lado do
átomo menos electronegativo uma carga parcial positiva, δ+ por isso
diz-se que a ligação é covalente polar.
O exemplo mais simples que podemos citar é o da molécula de cloreto de
hidrogénio, HCl.
O cloro é o mais
electronegativo que o hidrogénio, por isso a nuvem electrónica está mais
deslocada para o átomo de cloro o que faz com que ao redor do átomo de cloro
surja uma carga parcial negativa pois nessa região há maior densidade
electrónica. Por outro lado, ao redor do átomo de hidrogénio devido à baixa
densidade electrónica surge uma carga parcial positiva.
Uma vez que não
houve perda e nem recepção de electrões as cargas que surge não são reais por
isso dizemos que são parciais. Seriam cargas reais se ocorre uma ligação iónica
mas não é o caso.
Por: Miguel
Pascoal
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