Moçambique
está a trabalhar na busca de tecnologias tendentes a reduzir a emissão de gases
de efeito estufa. Desta forma, o país pretende dar o seu contributo no alívio
as mudanças climáticas. Neste momento, o país tem a sua disposição a tecnologia
de captura e armazenamento do carbono desenvolvida pelo Centro de Investigação
em Energia (ECN) dos Países Baixos.
A
mesma poderá ser implementada igualmente em países da região tais como Botswana
e Namíbia. Para o vice-Ministro moçambicano da Energia, Jaime Himede, as
tecnologias a serem adoptadas pelo país deverão permitir que o dióxido de
carbono produzido nos processos industriais e de geração de energia não seja
libertado para a atmosfera.
Himede,
que falava esta segunda-feira, em Maputo, durante o seminário sobre a captura e
armazenamento do dióxido de carbono, organizado pelo Ministério da Energia em
parceria com a Universidade Eduardo Mondlane, e que conta com especialistas do
ECN, sublinhou que “as tecnologias vão proporcionar a exploração e
aproveitamento dos recursos energéticos de natureza fóssil sem comprometer o
ambiente”.
Aquele
dirigente defendeu que se o país quiser optar por um desenvolvimento
sustentável deve adoptar tecnologias limpas e “amigas” do ambiente. “O
desenvolvimento sem compromisso com o ambiente já se mostrou pernicioso ao
próprio homem. Esta realidade deixa-nos apenas com uma opção se quisermos optar
por um desenvolvimento sustentável: devemos adoptar tecnologias limpas e amigas
do ambiente, assumindo as nossas responsabilidades individuais e colectivas de
recorrer em tecnologias que não comprometem o bem-estar das gerações
vindouras”, frisou o governante.
As
emissões de dióxido de carbono para a atmosfera em Moçambique rondam os 9.266
quilotons (ktons) por ano, grande parte das quais provenientes do sector
energético. Alberto Tsamba, Investigador da UEM, disse que a tecnologia de
captura e armazenamento do carbono interessa ao país, sobretudo numa altura em
que se projectam centrais termoeléctricas a carvão em Benga e Moatize, na
Província central de Tete, bem como a construção de centrais a gás natural.
De
referir que o processo de queima de carvão é “extremamente” poluente, daí a
necessidade de se adoptar medidas para evitar efeitos nefastos à atmosfera. “A
ideia é investigar a aplicabilidade desta tecnologia no nosso país. Porque
podemos capturar o carbono, mas teremos que ver onde armazenar para podermos
reaproveita - lo. Podemos fazer o aproveitamento em minas já encerradas, mas
antes temos que fazer um mapeamento de onde elas estão”, indicou a fonte.
Por
sua vez, o vice-Reitor da UEM, Orlando Quilambo, considerou que a tecnologia em
questão é boa, porém, o país precisa avaliar os custos porque “este tipo de
tecnologia não é barata”. “Temos um grupo de investigadores que vai trabalhar
no assunto e esperamos ter alguns resultados a partir de 2011. Eu penso que
esta é uma tecnologia boa no sentido em que o carbono não é emitido para
atmosfera podendo ser utilizado posteriormente, reduzindo os efeitos ambientais
como chuvas ácidas, entre outros”, explicou Quilambo.
A
UEM é a entidade que está a assessorar o Governo na busca de tecnologias para
se poder minimizar a emissão de dióxido de carbono à atmosfera. O seminário que
visa analisar as vantagens e desvantagens da tecnologia de captura e
armazenamento do carbono esta Terça-feira.
Fonte:
REVISÃO: 12/11/2020
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