REACÇÕES DE PRECIPITAÇÃO
Quando ouvimos falar de precipitação é natural pensarmos logo em chuva, neve ou granizo, uma vez que nas outras disciplinas aprendemos que estes são os vários tipos de precipitação. Na Química também falamos de precipitação, no entanto, numa vertente diferente daquela que normalmente conhecemos.
Então, o que seria precipitação em Química? Bom, isso e mais é o que iremos aprender neste texto.
Reacções de precipitação
Imaginemos que dispomos de duas soluções incolores, uma de Iodeto de Potássio (KI) e outra de Nitrato de Chumbo [Pb(NO3)2]. Quando estas duas soluções são misturadas observa-se a formação de um sólido insolúvel (pouco solúvel) de cor amarelo que se deposita no fundo do recipiente.
Este processo pode ser descrito pela equação da reacção a seguir:
2 KI(aq) + Pb(NO3)2(aq) → PbI2(s) + 2 KNO3(aq)
Deste modo, todas as reacções químicas (como a que acabamos de descrever) que ocorrem com formação de um composto insolúvel (pouco solúvel) são designadas de reacções de precipitação. O composto insolúvel formado denomina-se precipitado. Assim, o processo em que o composto insolúvel é formado denomina-se precipitação.
Mas, como ocorre a precipitação?
No geral, as reacções de precipitação ocorrem em solução aquosa. Assim, quando duas soluções contendo iões diferentes são misturadas, os diferentes iões (catiões e aniões) podem combinar-se, isto é, pares de iões de cargas com sinais contrários atraem-se fortemente o que resulta na formação de um precipitado.
Se voltarmos ao nosso exemplo que vimos acima, podemos claramente perceber que o PbI2 é resultante da junção de soluções de KI e Pb(NO3)2. O que na realidade acontece é que tanto, o KI como o Pb(NO3)2 quando estão em solução encontram-se dissociados:
KI(aq) → K+(aq) + I-(aq)
Pb(NO3)2(aq) → Pb2+(aq) + 2NO3-(aq)
Portanto, uma solução de KI na realidade contém iões K+ e I-, do mesmo modo uma solução de Pb(NO3)2 contém iões Pb2+ e NO3-. Deste modo, quando estas soluções são misturadas os diferentes iões interagem para formar novas substâncias, só que uma das substâncias formadas é pouco solúvel, portanto, praticamente não se dissocia e permanece no estado sólido e assim, o precipitado é formado.
2 K+(aq) + 2 I-(aq) + Pb2+(aq) + 2 NO3-(aq) → PbI2(s) + 2 KNO3(aq)
Como podemos ver, neste caso ocorreu apenas uma troca de pares de iões. Nota-se que os iões K+ reagiram com os iões NO3- formando-se o KNO3:
K+(aq) + NO3-(aq) → KNO3(aq)
Por sua vez, os iões Pb2+ reagem com os iões I- resultando na formação do PbI2:
Pb2+(aq) + 2I-(aq) → PbI2(s)
Portanto, a equação que temos como um todo é:
2K+(aq) + 2I-(aq) + Pb2+(aq) + 2NO3-(aq) → PbI2(s) + 2KNO3(aq)
Nesta reacção, o KNO3 por ser uma substância solúvel é geralmente escrita na forma dissociada, porém, o PbI2 permanece no estado sólido de modo que a equação pode ser escrita:
2K+(aq) + 2I-(aq) + Pb2+(aq) + 2NO3-(aq) → PbI2(s) + 2K+(aq) + 2NO3-(aq)
Por enquanto podemos deixar a equação escrita desta forma, porém, nos artigos posteriores veremos que podemos simplificar a escrita de equações químicas deste tipo.
Veja o vídeo abaixo:
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