PRÉ-QUÍMICO _____________________________________________________________________
OS IÕES
A ideia do átomo é remonta aos
filosófos gregos, Demócrito e Leucipo
que recorriam às especulações filosóficas para explicar a sua natureza. No
entanto, a realização de experiências de carácter científico permitiram que
mais tarde fossem criados modelos que tentassem explicar a constituição do
átomo.
Actualmente, todos são unânimes na opinião de que o átomo é constituído por
duas regiões distintas, o núcleo e a
electrosfera:
No núcelo encontram-se duas partículas subatómicas, os protões e os neutrões.
Na electrosfera estão os electrões.
Os protões (p+) são partículas com carga eléctrica positiva e os
neutrões são partículas sem carga eléctrica, ou seja, com carga nula. Por outro
lado, os electrões (e-) que encontram-se na electrosfera têm carga
negativa.
Átomo neutro vs Ião
Os neutrões (n) que encontram-se no núcleo têm carga nula, ou seja, não têm
carga eléctrica, no entanto, os protões que também encontram-se no núcleo têm
carga positiva, o que significa que em termos de carga os neutrões não têm
influência, logicamente que a carga que irá expressar-se no núcleo é a carga
positiva e é por isso que o núcleo é a região positiva do átomo e a electrosfera
é a negativa justamente por ter electrões que são partículas com carga negativa.
Deste modo, quando o número
de protões (p+) é igual ao número de electrões (e-)
diz-se que o átomo é neutro, (p+
= e-).
Por exemplo, o átomo de sódio (Na) quando neutro tem 11 protões, 11
electrões e 12 neutrões, portanto, o número de protões é igual ao número de
electrões, por isso diz-se que o átomo é neutro.
Entretanto, este equilíbrio (igualdade) de cargas pode ser perturbado, isto
por uma simples razão: sabe-se que os átomos têm grande tendência de perder ou
ganhar electrões para atingir a estabilidade electrónica (ter 8 electrões na
camada de valência ou 2 electrões de acordo com a Teoria do Octeto).
Quando isso acontece, ou seja, quando um átomo perde ou ganha electrões dá
origem ao que denomina-se de iões.
Iões – são átomos ou moléculas que adquirem carga eléctrica pela perda ou ganho
de electrões.
De um modo geral, quando um átomo neutro perde electrões, origina um ião de
carga positiva que denomina-se catião.
Já quando um átomo neutro ganha ou recebe electrões origina um ião de carga
negativa denominado anião.
Para uma melhor compreensão, é considerado o átomo de Sódio (Na) e como já
referenciado quando neutro tem 11 protões, 11 electrões e 12 neutrões. A
configuração electrónica deste átomo é:
1s2 2s2 2p6 3s1 ou K - 2e-; L - 8e- ;
M -1e- . Camada de valência: 3s1 ou M -1e- .
Percebe-se facilmente que este átomo tem na camada de valência 1 electrão,
porém, sabe-se que para um átomo atingir a estabilidade electrónica de acordo
com a Teoaria do Octecto deve ter na última camada 8 electrões ou 2 electrões.
Sabe-se também que na classificação periódica o sódio (Na) é classificado como
sendo um metal (metal alcalino, Grupo I A).
Como é um metal significa que tem tendência de perder ou ceder electrões,
portanto, tem tendência de formar um ião com carga positiva, o catião.
No entanto, para que o átomo de sódio fique com 8 electrões na última
camada (camada de valência) ele só pode perder apenas um (1) electrão, assim, o
sódio vai perder o único electrão da camada M (ou subnível 3s1) e
neste caso, quando isso acontecer o sódio ficará com uma “nova camada de
valência” com 8 electrões e vai originar um ião de carga positiva, o caitão
sódio (Na+):
Nota-se que o sódio tinha apenas 1 electrão na última camada e assim que
perdeu este único electrão, praticamente toda a camada que continha este
electrão desapareceu e agora tem uma “nova camada de valência” com 8 electrões
o que quer dizer que o sódio atingiu a estabilidade electrónica, porém, quando
neutro o sódio tinha 11 protões, 11 electrões, ou seja, o número de protões era
igual ao número de electrões e neste caso 1 electrão foi perdido o que
significa que o número de protões (partículas com carga positiva) é agora
superior (maior) em uma (1) unidade que o número de electrões (partículas com
carga negativa) e é por isso que o átomo
adquire carga positiva quando perde electrões, pois o número de protões passa a
ser maior que o número de electrões.
Como o número de protões (p+) é agora superior em uma unidade
que o número de electrões isso quer dizer que a carga do ião vai ser 1+ ou
simplesmente + , assim tem-se:
Na+ : 1s2 2s2 2p6 ou K - 2e-;
L - 8e- . Camada de valência: 2s2 2p6
ou L - 8e- .
E agora analisando na perspectiva de ganho de electrões por parte dos
átomos, será considerado como exemplo o átomo de cloro (Cl) que quando neutro
tem 17 protões e 17 electrões. A configuração electrónica deste átomo é:
17Cl : 1s2 2s2 2p6
3s2 3p5 ou K - 2e-;
L - 8e- ; M -7e- .
Camada de valência: 3s2
3p5 ou M -7e- .
Este átomo tem na camada de valência 7 electrões, no entanto, sabe-se que
para um átomo atingir a estabilidade química ou electrónica precisa ter 8
electrões na camada de valência ou 2 electões de acordo com a Teoria do Octeto.
Sabe-se ainda, que o Cloro no sistema de classificação periódica é classificado
como sendo um ametal (halogéneo, grupo VII A). Sendo ametal ele tem tendência
de ganhar ou receber electrões. E como é possível ver o cloro tem 7 electrões
na camada de valência e para 8 electrões só lhe falta apenas 1 electrão, por
isso o cloro ganha um electrão e origina um ião de carga negativa, o ião
cloreto (Cl-):
Tendo agora 8 electrões na camada de valência significa que atingiu a
estabilidade química, porém, no início, quando neutro o número de electrões
(partículas com carga negativa) era igual ao número de protões (partículas com
carga positiva) e com o ganho de mais 1 electrão o número de electrões do cloro
aumentou em uma (1) unidade, assim sendo, o número de electrões ficou maior que
o número de protões e é por isso que o átomo
adquire carga negativa quando recebe electrões pois o número de electrões é
maior que o número de protões.
Como o número de electrões é superior em uma unidade que o número de
protões significa que a carga deste ião é 1-:
Cl- : 1s2 2s2 2p6 3s2
3p6 ou K - 2e-; L
- 8e- ; M -8e- . Camada de valência: 3s2 3p6
ou M -8e- .
Contudo, para que um átomo neutro se transforme
num catião é preciso ele ganhar energia e quando um átomo neutro transforma-se
num anião ele liberta energia.
Representação dos iões
Como se sabe a espécie química (átomo ou
molécula) com carga eléctrica positiva denomina-se catião e a que tem carga negativa denomina-se anião.
Portanto, para se representar os iões é preciso
seguir os passos:
1o . Escrever o símbolo químico do
elemento;
2o . Por cima da linha de texto,
escrever o número de cargas;
3o . No caso do catião escrever o
número de cargas positivas e no caso de anião o número de cargas negativas.
De um modo geral, pode-se representar para os
catiões: Xcarga+.
Por exemplo: Na1+ ou Na+,
Pb4+, Cr3+, etc.
Como se vê o número da carga corresponde ao
número de electrões que o átomo perdeu no caso dos metais.
Para o anião a reprresentação é a mesma, porém, muda
o sinal da carga, pois neste caso a carga será negativa: Xcarga-.
Por exemplo: F1- ou F-, S2-,
Cl-, etc.
Obs: O número 1 geralmente não se escreve mas
escreve-se o sinal positivo ou negativo pois já fica subentendido que tem-se
carga 1+ ou 1-. Por exemplo, escreve-se geralmente
Na+ e não Na1+ ou Cl- e não Cl1-.
Contuda, as duas formas estão correctas.
Classificação dos iões
Como se sabe, os catiões são formados quando
átomos neutros perdem ou cedem electrões. E os aniões são formados quando
átomos neutros ganham ou recebem electrões.
Classificação dos catiões
Os caitões quanto ao número de cargas são
classificados em:
- Monopositivos – aqueles que têm carga +1.
Por exemplo: Na+, Li+, Ag+,
etc.
- Dipositivos – aqueles que têm carga +2.
Por exemplo: Ca2+, Mg2+, Zn2+,
etc.
- Tripositivos – aqueles que têm carga +3.
Por exemplo: Cr3+, Al3+,
etc.
- Tetrapositivos – aqueles que têm carga +4.
Por exemplo: Pb4+, etc.
Classificação dos aniões
Os aniões quanto ao número de cargas podem ser:
- Monovalentes – aqueles que têm carga -1.
Por exemplo: Cl-, F-, etc.
- Bivalentes – aqueles que têm carga -2.
Por exemplo: S2-, etc.
- Trivalentes – aqueles que têm carga -3.
Por exemplo: N3-, etc.
- Tetravalentes – aqueles que têm carga -4.
Por exemplo: C4-, etc.
Por outro lado os iões que conêm um único tipo de
átomo são chamados de iões monoatómicos.
E os iões formados por dois ou mais átomos (geralmente diferentes) que se
combinam para formar iões (catiões ou aniões) são chamados de poliatómicos.
Por exemplo: OH-, NH4+,
H3O+, CN-, etc.
Contudo, tanto os catiões ou aniões também são
designados com os termos monovalentes, bivalentes, trivalentes, etc.
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